Desenvolvido para o tratamento da disfunção erétil, o crescente uso da tadalafila para fins recreativos tem chamado cada vez mais atenção no Brasil e no mundo: 41% dos usuários de tadalafila têm entre 18 e 34 anos, enquanto outros 41% estão na faixa de 35 e 50 anos e 18% acima de 50 anos.
A ampla maioria, 79% dos usuários, adquire o medicamento sem prescrição médica. Outra pesquisa nacional, com brasileiros com idades entre 22 e 65 anos, mostrou que metade dos entrevistados esconde da parceira o uso de medicamentos para disfunção erétil.
Entre os homens de 22 a 30 anos que experimentaram esses medicamentos nos últimos seis meses, um em cada cinco passou a usá-los em todas as relações sexuais.

Convidamos a Dra. Viviane Dias para comentar esses dados. Ela é especialista em estética íntima e sexualidade masculina e tem lidado com esse tema nos últimos anos.
1- Dra. Viviane Dias, como você avalia esses dados?
Resposta: A tadalafila é um dos medicamentos mais vendidos no mundo e no Brasil não poderia ser diferente. Como tudo na vida, o uso da tadalafila possui lados positivos e negativos: ela serve para o tratamento da disfunção erétil, da hiperplasia prostática benigna, hipertensão arterial pulmonar, melhora da circulação vascular, entre outros. Ainda que o medicamento apresente alguns efeitos colaterais, como dor de cabeça, vermelhidão no rosto e congestão nasal, eu diria que o grande problema é a dependência psicológica, com impactos de longo prazo na sexualidade masculina.
2- O que seria essa dependência psicológica?
Resposta: O uso crescente de tadalafila por jovens, geralmente sem necessidade clínica e por motivos recreativos, tem gerado impactos importantes na sexualidade dessa população. A dependência psicológica é o mais comum, pois o indivíduo passa a acreditar que só terá um bom desempenho sexual após a utilização do medicamento. Isso afeta a autoconfiança, a espontaneidade e gera um ciclo de insegurança que pode levar a outros problemas, como ansiedade e depressão. Uma vez dentro desse ciclo, o jovem pode ter sua vida sexual prejudicada, além de afetar a sua saúde mental e a qualidade das relações afetivas. Vale lembrar que o uso da tadalafila deve ser orientado por especialistas, como urologistas e andrologistas.
3- Podemos falar num uso banalizado da tadalafila?
Resposta: Não diria banalizado, mas amplo e variado, uma questão quase que geracional para a população jovem dos dias atuais, a exemplo do uso para fins não sexuais, como melhora do desempenho esportivo ou aumento da irrigação muscular. E isso também é preocupante. Ainda que a tadalafila atue como um vasodilatador, esse tipo de uso indiscriminado não pesa os possíveis riscos, a exemplo de efeitos cardiovasculares adversos, interações medicamentosas perigosas e a falsa sensação de necessidade para atividades cotidianas, o que pode gerar uma nova forma de dependência psicológica. Isso sem mencionar a questão da cultura de automedicação, que desconsidera completamente os possíveis riscos que o medicamento pode trazer para indivíduos saudáveis. Esse quadro indica a importância da educação sexual masculina, a qual é fundamental para a preservação da função terapêutica real da tadalafila, reduzindo o impacto negativo de sua utilização sem prescrição médica e de maneira off label.
4- Alguma recomendação sobre formas de conscientização?
Resposta: Sim, mantenha sua saúde física e psicológica em dia, sempre com acompanhamento médico e psicológico. O conhecimento é fundamental para alcançar uma qualidade de vida melhor e relações afetivas e sexuais mais intensas.
Sobre a especialista:
• Pós-graduada em clínica estética avançada e em uroginecologia.
• Graduando em fisioterapia, sexologia e atendimento em terapia ambulatorial.
• Especialista em estética íntima masculina, feminina e ninfoplastia sem cortes.
• Bacharel em biomedicina.
Atendimento em São Paulo, Vitória e Goiânia.
Mais informações: (27) 99289-5248
Instagram: @dra.vivianediassilva
TikTok: @vivirepviviane
Site: https://dravivianedias.com.br/harmonizacao-intima-masculina/